Por Vinícius Goulart
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Antes da transmissão de rádio sobre uma invasão alienígena- baseada no livro A Guerra dos Mundos de H. G. Wells- e de realizar Cidadão Kane, Orson Welles dirigiu e atuou em diversas peças de teatro. Me and Orson Welles, filme de 2008 dirigido por Richard Linklater, é sobre uma destas peças - Julio César, de Shakespeare- uma adaptação com as cores dos anos 30, em que a corte romana é transplantada para a Itália fascista de Mussolini. O filme de Linklater se destaca exatamente pela escolha do período da vida de Welles, antes de sua fama –ou infâmia- repentina em decorrência de falsas invasões marcianas e confrontos com o magnata da imprensa William Randolph Hearst.
Welles - que já serviu como papel para atores como Vincent D’onofrioem Ed Wood, Liev Shriber em RKO 281 e até recriado em CGI por Peter Jacksonem Almas Gêmeas– é interpretado aqui pelo desconhecido, nas telas pelo menos, Christian McKay -trabalho merecidamente reconhecido com nominações e prêmios. McKay é acompanhado pelo não tão desconhecido Zac Efron- dos musicais da Disney. Sendo Efron a típica escolha do produtor que diz: “ou vai o guri do High School Musical ou nada de filme. Pô, temos que empatar os custos pelo menos”. Bem, ele não atrapalha.
Filme sobre a montagem de um espetáculo teatral, Me and Orson Welles pode ser maçante para quem não conhece a obra do realizador de A Marca da Maldade. Por outro lado, é uma excelente porta de entrada para conhecê-la. Só existe um pequeno contratempo: o longa metragem em questão nunca foi distribuído de forma oficial no Brasil. Mas, como eu disse, é um pequeno problema.
Muito bom, o Linklater é um dos cineastas mais sui generis já surgidos.
ResponderExcluirSuas escolhas de temas sempre fogem completamente do usual, bem, mais um que entra na lista do "para ver".