sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Guerra Mundial Z, de Max Brooks

Este livro da Editora Rocco é semelhante a um The Walking Dead (mas não tão perturbador) a nível mundial,  só que sem personagens principais e com algumas invenções divertidas.

Guerra Mundial Z: Uma História Oral da Guerra dos Zumbis nos conta como a raça humana quase foi  exterminada por um vírus de origem desconhecida que surgiu na China e se espalhou pelo mundo via tráfico  de órgãos e transporte de pessoas infectadas (quando ainda se pensava que havia uma cura).

A história é contada na forma de relatos isolados realizados no pós-guerra, feitos a um jornalista anônimo.

O que as pessoas contam revela o pior (como Breckenridge Scott, empresário que fez fortuna ao vender a  Phalanx (uma falsa vacina contra o vírus) e usar o dinheiro para fugir para um refúgio de bilionários na  Antártida) e o melhor (pessoas arriscando a vida para salvar desconhecidos) da nossa frágil condição humana.



Como os norte-americanos não possuem a capacidade de aprender com os erros, esta guerra tem seu próprio Vietnam em solo americano, chamado de Batalha de Yonkers, onde, para aplacar a histeria coletiva e tentar mostrar que ainda estava no controle, o Governo dos States tem a genial ideia de posicionar tropas (e um monte de repórteres) com apoio aéreo em uma rua que servia de gargalo para uma horda de milhares de zumbis.

O resultado foi que descobriram que a munição, armamento (nada como a AR 15 adaptada do tiozinho feliz aí debaixo) e a maneira convencional de se fazer guerra (o popular “ATIRA PRA MATAR!”) não funciona contra zumbis, já que eles são desprovidos de medo, simplesmente não se incomodam com o fato de estarem em chamas e alvejar um deles na barriga e separa-lo de suas pernas só irá criar um inimigo pior, já que este zumbi rastejante ficará fora do campo de visão dos atiradores.

[caption id="attachment_3670" align="alignright" width="265" caption="I love my job"][/caption]

Depois desse fiasco (onde os combatentes sentaram na graxa pela falta de munição (e inteligência dos seus superiores)) os soldados de infantaria passam a utilizar uma ferramenta chamada de “lobotomizador” (ou, simplesmente, “lobo”), que é uma mistura de pá e machado construída a partir de carcaças de carros.

O lobo era usado para separar a cabeça do zumbi de seu corpo, destruir o cérebro e enterra-lo, já que o vírus sobrevive ao ar livre.

O absurdo da situação gera algumas gírias curiosas como LaMOE (do inglês “Last Man of Earth”, que é aquele sujeito que, ao ficar isolado em uma casa feita fortaleza, enlouquece e dispara contra todos que se aproximam), F-Lions (de Flyer Lions; gatos selvagens que atacam subitamente do alto; o que acontece é que como os zumbis atacam tudo que se move (exceto eles mesmos), os ratos mais lentos são exterminados, assim, somente os ratos mais velozes se reproduzem e os gatos são obrigados a se adaptar a eles; forçado porém divertido) e quisling (pessoa que, incapacitada de se adaptar à situação, pira da batatinha e passa a agir como zumbi).

Guerra Mundial Z é uma leitura leve e um bem bolado exercício de imaginação, onde é mostrado que o pior inimigo da raça humana é o próprio ser humano.

Esteja vivo ou morto.

6 comentários:

  1. Em tempo, o Max Brooks é filho do Mel Brooks.
    Não sabia que o livro já tinha saído em português.

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  2. Não sabia disso não, Ochôa.
    Eu sabia que ele havia trabalhado com humor antes, o que pode ser visto em alguns diálogos do livro como:
    "- Quando foi que vocês viram que a batalha tinha terminado?
    - Quando a gente parou de atirar, né?"

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  3. Pois é, o sucesso anterior dele foi o Guia de Sobrevivência, que eu também não li.
    Estou louco pra ler os dois.

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  4. Boa dica.
    Fiquei curioso sobre o livro.

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  5. Li o Guia de Sobrevivência a Zumbis e também recomendo.
    Ele explica o que se fazer em caso de apocalipse zumbi, os tipos de infestação (por área de abrangência), a fisiologia do contágio pelo vírus (Solanun), os melhores veículos de fuga, melhores armas, etc.
    O humor também se faz presente aqui, como quando é citado o fato de, no início de uma infestação, as pessoas se refugiarem em uma igreja e começarem a rezar em voz alta e tocar o sino para chamar mais pessoas, o que só atrai os zumbis.
    Ao final do livro, Brooks cita possíveis confrontos históricos entre zumbis e humanos, como os 300 de Esparta (um pelotão espartano combatendo uma horda de zumbis), a dizimação da colônia de Roanoke por zumbis e uma possível origem para o funeral viking (queimar o corpo para evitar a reanimação deste).

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  6. Ahahahah ótimo!
    Pena que o link estava fora do ar.
    Dammit!

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