quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Futurama – O futuro estrambótico de Matt Groening

Após conseguir fama mundial com o humor adulto, inteligente e inconsequente dos Simpsons, Matt Groening resolveu ir além.


Precisamente 1000 anos além.


Futurama se passa no ano 3000, quando ets e robôs convivem (relativamente) pacificamente com os humanos e a viagem espacial tornou-se tão corriqueira quanto uma ida ao mercadinho da esquina.




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Os personagens principais são Philip J. Fry, um jovem entregador de pizza anormalmente burro (na verdade, ele não passa de um Homer Simpson mais jovem e ruivo) que ficou congelado em animação suspensa desde o ano 2000; Bender Rodriguez, um robô cleptomaníaco desbocado munido da moral de uma retro escavadeira; Turanga Leela, uma sexy e corajosa mulher ciclope; Dr. John A. Zoidberg, um médico decapodiano (crustáceo antropomórfico) que entende tanto de anatomia humana quanto brasileiros entendem de baseball; Amy Wong, uma jovem asiática sexualmente liberada e Hermes Conrad, um burocrata pedante jamaicano.

Todos eles trabalham na empresa de entregas espaciais Expresso Planeta, chefiada por Hubert J. Farnsworth, um ancião excêntrico de memória pouco confiável que cria invenções malucas nas horas vagas.  

Como coadjuvantes temos a Mamãe (inescrupulosa dona do conglomerado industrial que construiu Bender; uma referência aquele famoso quadro que Mr. Bean destruiu naquele filme detestável), Nibler (o simpático et de estimação de Leela de aspecto simiesco que come qualquer coisa), Calculon (o robô astro da série televisiva melosa Todos os Meus Circuitos), Scroofi, o zelador do Expresso que faz de tudo para poupar trabalho, entre muitos outros.




[caption id="attachment_3664" align="alignright" width="240" caption="Criador e criaturas"][/caption]

Merece destaque as cabeças de muitas personalidades famosas que fazem aparições esporádicas, como Pamela Anderson, Leonard Nimoy e a tripulação original da Enterprise, Billy Cristal, o grupo Beastie Boys e o Presidente do Planeta Terra, a cabeça de Richard Nixon, que conseguiu se reeleger devido ao fato dos robôs votarem nele por causa de seu corpo robótico enorme e ameaçador.


A série Star Trek é parodiada na forma do fanfarrão Zap Braningham (um comandante de nave inepto, convencido e cabeça-dura que é uma referência ao Capitão Kirk), os nativos de Omicron Persei 8 (uma raça belicosa que é uma mistura dos klingons com ets de filme trash) os ets Cérebros (que pretendem assimilar toda a informação do Universo; uma referência aos Borgs) e a Ordem Democrática dos Planetas, referência à Federação dos Planetas Unidos.


Star Wars é lembrada aqui com a “Estrela da Morte” (uma imensa estação espacial para onde são mandadas as pessoas que completam 160 anos, onde permanecem sedadas o tempo inteiro) e os cassetetes dos policiais, que imitam os sabres de luz.


Assim como na abertura dos Simpsons, onde a sequência em que eles sentam no sofá sempre muda, na abertura de Futurama (que tem uma música legal pra caramba) sempre muda a frase (como “Produzido no Planeta Terra” ou “Não foi baseado no romance de James Fenimore Cooper”) que aparece abaixo do logotipo do desenho, assim como sempre muda o desenho animado que aparece na tv gigante em que a nave do Expresso se choca.  


Ao contrário dos Simpsons, que tiveram de abrir caminho a golpe de facão e mata-cobra, Futurama apenas aproveitou o que deu certo neles, adotando o mesmo formato de humor, só mais mecanizado e visual.


O contato com civilizações alienígenas exóticas como os Cabeça de Ameba (seres de aparência gelatinosa que se fixam na cabeça dos hospedeiros e os controlam), o exagero e o absurdo do consumismo (como o refrigerante Slurm, que é secretado, patenteado e comercializado por uma rainha et vermiforme gigantesca), o absurdo (como as cabines de suicídio) e o anacronismo (como os engarrafamentos ocorridos com veículos voadores) tecnológico e as tentativas frustradas de Fry para tentar conquistar Leela fornecem o combustível para as tiradas humorísticas da série.




[caption id="attachment_3665" align="alignleft" width="225" caption="Um dia normal"][/caption]

Em um dado momento da série, é revelado que o congelamento de Fry não ocorreu por acidente; no presente foi profetizado pelo povo de Nibler que os Cérebros destruiriam todo o Universo (para evitar que novos dados fossem criados (?!)) após conseguirem cumprir sua missão.


Fry (que possui ondas cerebrais únicas devido ao fato de ser seu próprio avô (longa história), o que o torna imune às rajadas mentais destes ets) então foi congelado por Nibler para no futuro invadir a base dos Cérebros e destruí-la.


Aristóteles dizia que você tem de aprender a rir para poder ser sério.


Futurama é uma prova disso, pois seu humor e seus personagens carismáticos são utilizados para analisar e criticar a forma como nossa sociedade atua, com seu comportamento cíclico e imediatista. 


E, se pudermos nos divertir enquanto aprendemos algo com isso, melhor.

6 comentários:

  1. Gosto pra caramba de Futurama! fiquei muito feliz quando voltou a ser produzida, e ultimamente tenho preferido essa série à simpsons.sempre morro de rir com as cabeças das personalidades!
    um abraço, até mais!

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  2. Ainda não assisti os novos episódios, mas espero que sejam tão bons quanto os originais.
    Até mais.

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  3. Ae galera tem um filme do futurama que são com atores reias de carne e osso e é claro com efeitos especiais, se alguem souber o nome desse filme ou o link pra baixa-lo em portugues ou legendado por favor mandei pro meu e-mail >>> ruanfl@hotmail.com vlw galera.

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  4. esse desenho é muito bom.não possui tantos personagens quanto os simpsons mas é muito criativo e bem animado.

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  5. Concordo, Marcelo.
    Futurama tem um humor cativante, situações absurdas e personagens geniais (acho que Bender é o meu preferido).
    Valeu.

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