quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

A Era Metalzóica – Seleção natural artificial em quadrinhos

Por Jacques


Existem aquelas hqs que, à primeira vista, parecem valer tanto quanto um autógrafo do Supla, mas que, depois de lermos com atenção, vemos que na verdade são magníficas.


Esta é uma delas.


A Era Metalzóica (Metalzoic) pertence à série Graphic Novel, da Editora Abril Jovem, que deu início ao lançamento por aqui de hqs mais sofisticadas, impressas em formato americano e em um papel diferente daquele usado nos gibis em formatinho.






Os autores desta curiosa história foram Pat Mills e Kevin O’ Neill, e ela narra a jornada da intrépida Jool, um dos poucos seres humanos remanescentes que vivem em um futuro onde nossa magnetosfera foi destruída e a nociva radiação cósmica praticamente esterilizou nosso planeta.


Isso obrigou os robôs (que foram criados inicialmente para servir aos humanos) a se adaptarem ao rigoroso ambiente (e assumirem formas animalescas similares aos animais atuais, o que é chamado de convergência evolutiva) e buscarem novas formas de subsistência, como luz solar, duplicáceas (bioengenhos criados para duplicar órgãos humanos) e ... robôs!


Essa é a parte mais divertida da hq; a luta dos robôs-animais pela sobrevivência, pois eles caçam uns aos outros em busca de energia e matéria prima para poderem gerar suas crias.



Assim como no Universo de Walt Disney, aqui nós temos os robôs que agem como simples animais e robôs em forma animal que pensam e falam (não necessariamente nesta ordem).


Um destes grupos dos chamados “robôs sapiens” é a aldeia dos Mekakas, símios robôs de diversas formas que se intitulam os maiores robôs da Terra.




[caption id="attachment_3694" align="alignleft" width="219" caption="Luta pela liderança na manada de rodamamutes"][/caption]

Seu líder é o gorilesco e irascível Armageddon (que voluntariamente apagou suas emoções menos úteis, como piedade e senso de moral), que se alia a Jool para tentar destruir Amok, o Deus-Fera, líder dos rodamamutes (gigantescos robôs nômades providos de esteiras) após este ter atacado sua aldeia e matado diversos Mekakas para obter metal.


Anteriormente a esta edição, que serviu de porta de entrada da dupla Mills e O’ Neill ao mercado norte americano de quadrinhos, Pat Mills havia trabalhado como editor de hqs na Inglaterra, criando as revistas Battle Picture Weekly, Action e 2000 A. D.(revista de onde surgiu o personagem Juiz Dredd, vivido no cinema por Sylvester Stallone).



Kevin O’ Neill era editor de arte da 2000 A. D. quando conheceu Mills, e juntos criaram a série Nemesis, the Warlock, e após o sucesso desta premiada Era Metalzóica, lançaram a hq Marshal Law.


O traço singular e estilizado de O’ Neill (mais conhecido atualmente pela sua caracterização magnífica da Era Vitoriana na genialmente divertida série de hqs da Liga Extraordinária, ao lado de Alan Moore) é perfeito para a ambientação desolada e estéril desta hq.


A Era Metalzóica reúne humor, violência, imaginação desenfreada, ótimas ilustrações, personagens carismáticos e uma boa história.


Ou seja, é diversão garantida.


7 comentários:

  1. Comprei essa edição em um sebo, há alguns anos atrás. A primeira vista, parecia realmente ruim, mas o preço de R$, 1,00 por uma revista em bom estado fazia valer a pena.E caramba, "A era metalzóica" é divertidissíma! fiquei com vontade de ler mais coisas da dupla Pat Mills e Kevin o'Neil, além de conhecer mais da 2000 A.D!
    até mais!

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  2. Comigo foi mais ou menos a mesma coisa, Vinícius, eu me lembro de ter visto essa hq nas bancas em 89, mas era muito cara na época e eu ainda não conhecia os seus autores, então ignorei-a.
    Alguns anos depois, eu a encontrei num sebo e, atraído pela capa do Bill Sienkiewikz, comprei-a pelo preço aproximado de um pastel (e um pastel bem ruinzinho...).
    Pat Mills roteirizou o Justiceiro 2099 e algumas hqs para a revista Heavy Metal e Kevin O' Neill fez da Liga Extraordinária aquela que talvez seja sua obra prima.
    Como diz o Ochôa: sebos são demais!
    Abraços.

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  3. essa hq realmente parece valer tanto quanto um pastel mas é legal, conheci pagando coisa de 1 real também. ou seja, acabou tendo o valor do autógrafo do supla mesmo

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  4. Clássico dos quadrinhos. Um marco. Eu gostei muito na época.

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  5. Também achei em um sebo a 1 real.
    Existirá alguma indústria clandestina nisto aí?

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  6. E porque eu não encontro essas barbadas?
    A maior que eu consegui até hoje foi O Cavaleiro das Trevas volume único por 5 reais.
    Confesso que quase me senti culpado.
    Quase...

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  7. Acho que a maior barbada foi ter conseguido os oito números de Mai- a Garota Sensitiva por R$ 0.58.

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