quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Contos Fantásticos do Século XIX



 

Esta manhã acabei de ler a grossa coletânea organizada por Ítalo Calvino.

Foi difícil, a leitura se arrastou por longos oito meses e alguns contos eram espessos e truncados demais para meu paladar.

Sempre tive bastante preconceito com a literatura do século XIX, a minha barreira com Machado de Assis, por exemplo, é gigantesca. Acabei comprando o livro, uma, porque adoro literatura fantástica (particularmente a latina) e outra, como uma prova dos nove, uma tentativa de romper esta barreira do preconceito.

E o que é melhor que tentar devorar um livro de 500 e tantas páginas muito bem acabadas para romper um preconceito?

Pois bem, fora a eventual curiosidade histórica, o livro valeu por poucos contos.

Lá pela segunda metade do livro a coisa começou a melhorar em campo, afinal entraram em campo Edgar Allan Poe,  Ambrose Bierce, Robert Louis Stevenson, Rudyard Kipling e H.G. Wells, gente que não brinca em serviço.

Poe bateu ponto com o Coração Denunciador, um dos seus maiores clássicos. E esta já é a terceira coletânea que eu tenho onde o conto aparece, será que os direitos dela são mais baratos?

Outra boa surpresa foi o angustiante Chickamauga, de Ambrose Bierce, com as visões de um bebê surdo-mudo que se arrasta durante um massacre, espetacular e perturbador, comecei a me animar.

Mais adiante, outro clássico, O Demônio da Garrafa, de Robert Louis Stevenson, um dos melhores escritores daquele século e foi ótimo reler em nova tradução a história do homem que tinha um demônio que concedia 3 desejos dentro de uma garrafa, que sempre tinha que ser revendida pela metade do valor de compra.

Em seguida para finalizar bem, dois autores que eu vi pilhas de adaptações de suas obras mas nunca tinha lido, primeiro, Rudyard Kiplyng com Os Construtores de Pontes, e aí fiquei sabendo que não é por acaso que O Homem que Queria ser Rei é um puta filme.

E depois, H.G. Wells com o desconhecido Em Terra de Cego, sobre um homem que encontra no Tibete uma colônia que após gerações vivendo na escuridão, perderam os olhos, uma parábola amarga sobre poder e ambição com rumos completamente inesperado.

Os pratos de entradas foram amargos, mas a sobremesa foi muito boa.

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