sexta-feira, 30 de setembro de 2011

O Flash de Mark Waid

Ao praticamente exorcizar o “Kid” do (ridículo) codinome Kid Flash, Mark Waid fez de Wally West um Flash memorável e respeitável.

Foi aqui que Wally passou de um velocista bulímico (quando ele ainda precisava se alimentar de poucos em poucos quilômetros para poder correr) para um crononauta hábil (que podia viajar no tempo apenas sintonizando a frequência de seu corpo ao período cronológico desejado; morram de inveja, personagens de rpg).

Acho que a característica mais divertida do Flash (qualquer um deles) é que ele possui apenas um poder (supervelocidade) que é desdobrado em diversos outros, como a explosão de matéria através da excitação molecular (uma variação do poder de Gambit), intangibilidade, estrondos sônicos, viagem no tempo, criação de microciclones, remoção e transferência de velocidade, entre outros.



Waid criou nesta época personagens carismáticos como Max Mercúrio (uma espécie de guru dos velocistas), Impulso (Bartolomew Alen III, um pirralho que cresceu em realidade virtual e tinha a paciência de um neutrino), Linda Park, a repórter que viria a se tornar a futura Senhora West e introduziu na cronologia dos velocistas o Campo da Velocidade (recentemente rebatizado como “Força da Aceleração”, que é a fonte de poder de todos os velocistas; quando um deles morre correndo, torna-se parte dela).

Aqui também foi revelado que os velocistas do UDC são muito mais Elementais do Relâmpago (como o Flash que é visto na perturbadora mini-série Reino do Amanhã, de Waid e Alex Ross, que digivolveu tanto que não se prende mais a um único plano de existência) do que propriamente super-heróis, fazendo parte de uma extensa e antiga linhagem.

[caption id="attachment_4222" align="alignleft" width="270" caption="Pés enormes? É pra combinar com o queixo..."][/caption]

Também se explicou nessa fase que os poderes dos Flashs podem ser passados adiante por via genética, o que resultou nos inúmeros velocistas do futuro, como John Fox, que fez sua primeira aparição no crossover DC Um Milhão.

Os desenhistas foram José Marzan, Salvador Larroca, Mike Wieringo, Oscar Jimenez e Carlos Pacheco que, apesar de desenharem Wally com um queixo de retroescavadeira em alguns momentos, conseguiam passar ao leitor a sensação de dinamismo que as histórias exigiam.

Uma das melhores sagas desta fase foi Velocidade Terminal, onde, após os eventos ocorridos na horrendosa saga Zero Hora, Wally retorna do futuro e, ao chegar próximo ao presente, é assolado por visões de um futuro próximo, onde ele vê sua cidade (Keystone City) sendo destruída pelo vilão Kobra, Linda morrendo e ele mesmo desaparecendo ao tentar impedir isso.

Para tentar mudar esse futuro, ele resolve fazer de Impulso o novo Flash.

Fácil como trocar ferradura de cavalo de estátua.

Como esta foi uma fase bem extensa, é óbvio que ela teve algumas histórias dispensáveis, como Futuro Relâmpago, onde Wally reúne os Flashs do futuro para combater o forçadíssimo vilão Azul Cobalto.

Após a saída de Waid do título foram feitas algumas (inevitáveis) bobagens com os velocistas, como tornar Impulso um pós adolescente universitário (que de tão xarope teve de ser morto pela Galeria de Vilões).

[caption id="attachment_4227" align="alignright" width="160" caption="A clássica saga Velocidade Terminal"][/caption]

Waid retornou ao título, escrevendo sobre um Wally paizão e uma Linda Park que de repórter passou a ser a maior autoridade mundial em velocibiologia (fisiologia meta humana associada a velocidades extremas), devido aos seus filhos, Jay e Íris terem Wally como pai e serem expostos à energia do Campo da Velocidade.

Mas é como diz aquele ditado irlandês: um homem não pode retornar ao seu lar.

Essa volta de Waid ao título não rendeu nenhuma grande história que mereça ser mencionada (semelhante ao que aconteceu com Chris Claremont nos zilionários X-Men).

Como hqs de super-heróis são caracterizadas pela enrolação cíclica e o eterno mesmismo, vale a pena prestigiar fases relevantes.

Mesmo que elas passem na velocidade da luz.

2 comentários:

  1. Eu lembro desta fase. Não era muito do Flash, mas gostei do arco de histórias do Waid.

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  2. Faz um bom tempo que eu só leio hq s de super-heróis por autor, Marco.
    Poupa tempo e neurônio.

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