
A genialidade da história vem dos eventos paralelos a trama principal, tirando o lucro que é o objetivo principal de qualquer obra comercial, o objetivo de Allan Moore com Promethea fica muito claro, recrutamento de novos ocultistas, pois essa série em quadrinho trás ao publico leigo os conceitos mais básicos e importantes para se entender as bases da magia de uma forma bastante divertida e atraente.
Podem ter certeza que qualquer leitor que continue acompanhando a revista através da fase da cabala certamente tem ou adquiriu interesse no ocultismo, pois essa parte é um tanto chata se você não está realmente curtindo aprender ou revisar sobre o assunto. Essa é a segunda grande aula sobre magia na revista e se fazem relações até mesmo com o tarô.
Claro que além dessas duas “aulas” durante toda a saga o autor vai através dos personagens entregando aos leitores diversos conceitos e idéias básicas sobre a magia e alguém com um conhecimento maior sobre o assunto certamente se diverte muito com os easter eggs espalhados pelos desenhos das páginas, uma vez que Allan Moorer usa e abusa da simbologia durante toda a série, as instruções mandadas para o desenhista J.H. Williams III deviam ser massivas.
Particularmente recomendo a leitura de Promethea a todos, vale muito à pena, mesmo que seja apenas para chamar o Allan Moore de maluco depois. É impossível terminar de ler a saga sem ter pelo menos por alguns momentos, ponderado sobre a realidade e a humanidade, a história trás muito que se pensar sobre a sociedade e mesmo a política.

Para encerrar um pequeno comentário sobre a última edição, na verdade a história termina na edição anterior, a número 32 na realidade é um grande pôster, embora possa ser lida na forma de uma história em quadrinhos, o ideal é que se recortem as páginas e as colem na forma do pôster.
Nessa edição a protagonista conversa com o leitor! Sim, Promethea conversa com os leitores, se despedindo e reforçando os objetivos da obra. Ao longo dessas páginas é exposto em quadros laterais um resumo sobre a cabala e da mesma forma que em edições passadas também se relaciona o assunto com o Tarô.
Interessante ponto de vista sobre a obra.
ResponderExcluirEu tentei ler Promethea, mas parei lá pela edição 15, porque achei terrivelmente chata.
É importante observar que Promethea fala muito sobre ocultismo orienta, mais especificamente cabalística. Apesar do Tarô ser de origem italo-francesa, sua capacidade "divinatória" só "apareceu" depois da revolução francesa. Promethea pode ser uma leitura interessante pra alguém interessado nas doutrinas orientais, mas é de pouquíssimo interesse para um estudioso de ocultismo - principalmente porque mistura conceitos de muitas formas, e isso faz uma bagunça na cabeça de um interessado no assunto...
Ainda não li toda essa hq, mas parece Alan Moore dando uma de Grant Morrison...
ResponderExcluirSim, é bem por ai mesmo Jacks.
ResponderExcluirRealmente, não é como se ocultistas ocidentais tivessem interesse na cabala desde a idade média, a ponto de desenvolverem uma variação própria... Ou que quase todas as sociedades místicas dos últimos dois séculos estudassem aspectos das doutrinas orientais...
ResponderExcluirAchei bem interessante, e com certeza lerei assim que tiver oportunidade!
ResponderExcluirOpa, opa! Eu não disse que cabala não é ocultismo! Só o que quiz dizer é que ele não fala de ocultismo "no geral", mas sim do ocultismo oriental, principalmente cabalístico.
ResponderExcluirVocê está certo Domênico, no Promethea esse é o foco mesmo, mas é uma tendência geral pelo que eu tenho notado.
ResponderExcluirBoa parte dos autores de ocultismo hoje em dia começa com esses conceitos de chacras e cabala e depois entram na parte mais tradicional ocidental.
eu gostei de Promethea, embora as vezes ela se torne "didática" demais e fique muito cansativa. mas a série tem alguns pontos muito bons, como aquela história das cartas de tarô.se não é o melhor trabalho do velho barbudo, ao menos fica acima da média das outras hqs.
ResponderExcluirabraço