Por Jacques
Este livro da Editora Conrad é tão divertido e bem bolado que já teve sua versão em série de tv e em quadrinhos (pela Vertigo); o que não é de se surpreender, já que aqui Neil Richard Gaiman mostra porque chegou onde chegou.
Esta é a história de Richard Mayhew, um normalóide londrino que, um belo dia, ajuda uma garota estranha, dando-lhe refúgio temporário em seu apartamento.
Essa jovem possui um nome tão estranho quanto ela, Porta.
Seu nome vem do fato de ela ter o poder (ou “dom”) de abrir portais para qualquer lugar que deseje; e ela vem da chamada “Londres de Baixo”, que fica situada embaixo de Londres e dá nome ao livro.
Esta outra versão de Londres funciona com leis da Física (ou o que quer que eles possuam lá que seja similar a ela), regras comportamentais e tabus próprios, independentes do mundo humano “normal”; é mais ou menos como o mundo bruxo de Harry Potter ou o Mercado dos Duendes de Hellboy II.
Neste mundo cada família possui um “dom” diferente, e os ratos são considerados hierarquicamente superiores aos humanos, já que podem ir a praticamente qualquer lugar e, assim, descobrir segredos de quase todo mundo.
Sem querer, o contato que Richard teve com Porta o torna invisível aos habitantes da Londres de Cima, obrigando-o a buscar refúgio na Londres de Baixo, onde ele tem de aprender as regras de convivência ao mesmo tempo em que tenta descobrir o motivo de Porta estar sendo caçada.
[caption id="attachment_3650" align="alignleft" width="173" caption="Richard Mayhew na versão Vertigo"][/caption]
O divertido deste livro é que seu autor solta a imaginação, criando uma fictícia Londres povoada por personagens singulares, ao mesmo tempo em que explica que os nomes dos bairros e ruas da Londres normal têm sua assustadora razão de ser.
Gaiman repete aqui uma premissa recorrente em suas histórias, do mundo desconhecido que é revelado aos poucos ao personagem principal, que, desta forma, se torna uma pessoa melhor.
Mas isso é de pouco importância.
A história é divertida, bem amarrada e bem contada, e os personagens são interessantes.
No final das contas, isso é o que vale.
essa é uma das minhas histórias favoritas do gaiman. é engraçado como a "voz" de quem conta a história influi na mesma. achei a adaptação de Lugar Nenhum de Mike Carey para os quadrinhos meio sem graça... mas o livro é fantástico. gosto bastante da idéia desse reino fantástico que acontece nos chamados "não-lugares". espaços abandonados, como tuneis de metrô, esgotos e outros. Um amigo me emprestou, mas preciso comprar o meu próprio, hehe.
ResponderExcluirvaleu, um abraço!
Também achei a adaptação da Vertigo fraquinha...
ResponderExcluirNão é a toa que o Mike Carey é chamado de Gaiman dos Pobres (coitado...).
O livro é muito bom, ele consegue te convencer que o que se passa é verdadeiro e que os não-lugares realmente existem.
Valeu.
Pareceu muito legal mesmo Jacks, se puder me emprestar eu agradeço.
ResponderExcluirEu não tenho o livro, mas posso te emprestar Coraline...
ResponderExcluir[...] entre elas Deuses Americanos, Fumaça e Espelhos, Stardust, Belas Maldições, Coisas Frágeis, Lugar Nenhum, Coraline (que se tornou uma ótima animação dirigida por Henry Selick) e Os Filhos de Anansi, é [...]
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