Por Jacques
Do ponto de vista filosófico, super-heróis são problemáticos, já que sua principal função é manter o status quo, ou seja, preservar a ordem social e todas as suas eternas desigualdades.
O Authority percorre o caminho oposto, assemelhando-se a uma Liga da Justiça que funciona.
Inicialmente pertencente à Wildstorm e atualmente vinculada ao UDC (em alguma das Terras do Novo Multiverso), esta original equipe foi formada após a dissolução do supergrupo Stormwatch, que era uma espécie de cópia (ou homenagem?) da Liga da Justiça.
Deste antigo grupo, somente o casal homossexual Apolo (Super-Homem) e Meia Noite (Batman) fazem parte do Authority, que ainda tem Swift (uma espécie de Mulher Gavião), Engenheira (com metal líquido em lugar do sangue, o que lhe permite criar objetos como armas e uma quantidade limitada de cópias de si mesma), Jenny Sparks (capaz de controlar a eletricidade), o Doutor (xamã da Terra, vinculado empaticamente a todos os seres vivos do planeta e capaz de alterar a matéria) e Jack Hawksmoor (vinculado telepaticamente às cidades; quanto maior for a cidade em que ele estiver, maior será seu poder).
A base móvel do grupo é a chamada Balsa, uma espaçonave consciente transmorfa realmente imensa, que é movida por um universo em miniatura, viaja pela Sangria (limbo entre os universos do UDC) e possui um sistema de teleporte chamado apropriadamente de “Porta”.
O que faz do Authority um grupo realmente diferente dos demais é a sua atitude de querer fazer do mundo um lugar melhor (queiram os humanos ou não), sem se importarem em ter de cortar a mão para salvar o braço.
Para isso, eles unem o modus operandi da Frota Estelar (chegar ao local de conflito com uma nave lotada de armamentos e dizer ”Ou essa guerrinha ridícula de vocês acaba, ou todos morrem aqui e agora!”) com terrorismo psicológico do tipo “Nós temos poderes além da compreensão de vocês... Não nos obriguem a usá-los...” ou “É uma bela cidade esta que vocês têm aqui... Seria realmente uma pena se uma cratera radioativa tomasse o lugar dela...”.
Se a diplomacia não funcionar, estes superseres não possuem escrúpulos em desintegrar, atomizar, vaporizar, rearranjar molecularmente ou simplesmente matar seus adversários, sem essa de “Mas se nós o matarmos, nos tornaremos tão maus quanto ele...”.
[caption id="attachment_3710" align="alignright" width="292" caption=""Olá, nós somos o Authority... Agora saia da frente, sim?""][/caption]
Eles sumariamente eliminam os inimigos para que eles não dêem mais trabalho; e aqueles que sobrevivem são mandados para a Antes-de-Cristo LTDA, uma série de prisões particulares situadas a 20 milhões de anos antes de Cristo.
Legal, né?
Os roteiristas deste pragmático grupo são Warren Ellis (que o criou), Marc Millar, Keith Giffen e Grant Morrison, e os ilustradores são Bryan Hitch, Gene Ha, David Williams, o embasbacante Frank Quitely, Jonathan Wayshak e Darick Robertson.
Authority existe para nos mostrar o imenso potencial desperdiçado pelos super-heróis, fazendo com que eles pareçam um bando de manés de colante colorido que só se mantém na ativa graças ao talento dos roteiristas e o colecionismo dos fãs.
O que faz dela uma hq nada menos do que obrigatória.
Authority é duca, mas achei a Planetary melhor.
ResponderExcluirInfelizmente ainda não li Planetary, que dizem que faz referências à praticamente toda a cultura pop do século 20.
ResponderExcluirVou ver se consigo dar um jeito nisso.
Valeu.
[...] de Ferro, criado o multifacetado Planetary e transformado o apagado Stormwatch no magnífico Authority, Ellis (ao lado de Darick Robertson) parece ter feito de Spider Jerusalém seu personagem mais [...]
ResponderExcluirTenho todas as edições do Authority que foram lançadas no Brasil, e estou aguardando o lançamento da nova fase. Alguém aí sabe se a Devir ou a Panini vão continuar com os novos arcos?
ResponderExcluirPlanetary, alguem sabe a ordem correta dos encadernados já lançados aqui?