terça-feira, 5 de outubro de 2010

The Walking Dead – Drama, tensão, zumbis e diversão em preto e branco

Por Jacques


Normalmente não dou muita bola para filmes e histórias de zumbis, já que seus finais são, na esmagadora maioria das vezes, tão previsíveis quanto reprises de finais de novela das seis.


Sorte minha (e de vocês) que a hq The Walking Dead, da Image Comics, escrita e criada por Robert Kirkman e desenhada (em preto e branco, o que aumenta a sensação de desolação e ausência de vida) por Charlie Adlard e Tony Moore (capas) deu vários passos além da mesmice e da pasmaceira inerentes ao tema.



Para começo de conversa, os zumbis são apenas o pano de fundo da história, que se concentra no policial Rick Grimes (que, após ficar em coma por um mês devido a um ferimento à bala, acorda em um hospital infestado de zumbis) e em todos os problemas que ele enfrenta em sua busca de um local seguro para viver.


De clichê a história só tem o fato de não explicar como tudo começou e o batido levou-uma-mordida-vai-virar-zumbi, mas pára por aí; ao invés de focar a carnificina e os sustos gratuitos e desnecessários, a trama se concentra nas pessoas, naquilo que elas fazem quando não tem escolha alguma e no que elas têm de fazer para se manterem vivas e mentalmente sãs.

Isso quando o mundo ao redor delas simplesmente desmorona e perde todo o sentido, e coisas comuns (como remédios, por exemplo) tornam-se mais raras do que banda emo que preste.


A narrativa é quase fílmica, detalhada e apavorantemente realista (os palavrões estão liberados, já que pessoas normais os falam sem problema algum), como se tivesse sido escrita por um misto de Garth Ennis e Mario Puzo.


Uma novidade (pelo menos para mim) que aparece nesta hq é o fato daquelas pessoas que morrem (não importando de que maneira) se tornarem zumbis segundos após a morte, o que só ajuda a elevar o pânico e o desespero.




[caption id="attachment_3785" align="alignright" width="230" caption="Michonne"][/caption]

Por ser uma história tão bem estruturada, narrada e ilustrada, The Walking Dead passou para a tela pequena, com a primorosa direção e roteiro de Frank Darabont (pelo menos, no episódio piloto), que, além de dirigir Um Sonho de Liberdade e À Espera de um Milagre (que estão entre as poucas adaptações de contos de Stephen King que prestaram), mostrou como se unir suspense e terror com o mega-estupidificante O Nevoeiro, que é um destes filmes que nos joga na cara a quantidade incrível de lixo que assistimos sem nos darmos de conta.


Assim sendo, esta série de tv tem tudo para ser um merecido e honesto sucesso, sem apelações do tipo “para se solucionar um mistério, cria-se dez novos mistérios”.


Se a hq e a série de tv conseguirem manter o mesmo nível até o final (sem repetir o erro dos responsáveis pela série Heroes, que, de tanto se acharem, acabaram se perdendo), para mim, está ótimo.


E, se esta hq servir de exemplo para outras séries sérias no futuro, melhor ainda.


Kirkman e Adlard acertaram em cheio, criando uma obra que marcará época, com base em um tema que dificilmente pode ser levado a sério.


Que bom seria se toda hq pudesse ser surpreendente assim.

6 comentários:

  1. também não tenho tanto interesse por filmes de zumbis. gostei dos clássicos, mas sempre fiquei com essa impressão, se vc já viu um, já viu todos.
    acho que o legal é mostrar o que acontece com as pessoas quando algo destrói totalmente o funcionamento da sociedade.
    também tenho confiança na série, muito por conta do diretor envolvido. tem tudo pra ser uma grande série.

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  2. Gosto muito da série em quadrinhos, e achei o elenco perfeito, em termos "visuais". Eu venho acompanhando a série há uns três anos (ou quase isso) e reconheci todos os personagens que apareceram em treilers até o momento! Isso me deixou muuuito feliz!
    Essa HQ é um soco no rim, e um soco bem dado. Já passei maus momentos por causa dela, seriamente refletindo sobre algumas coisas que a humanidade é capaz de fazer consigo mesma, de forma individual e coletiva.

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  3. Sem dúvida, a expectativa sobre a série é grande, já que a hq é muito boa e parece que vai continuar assim.
    Até mais.

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  4. Pois é, digníssimo camarada,
    Eu só comecei a ler porque tu me indicou, mas se contar isso para alguém ,eu negarei categoricamente.
    Essa hq é um soco merecido no estômago, rim e bexiga; assustadora e inquietante.

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  5. Adorei o episódio piloto da série televisionada e gostaria muito se alguém pudesse me mandar algum site onde eu possa compras as HQs...tipo sei que tem pra baixar porém gosto muito de HQs e queria telas.

    meu email: alvaro.sena@ymail.com pode mandar o site para meu email...

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  6. [...] livro da Editora Rocco é semelhante a um The Walking Dead (mas não tão perturbador) a nível mundial,  só que sem personagens principais e com algumas [...]

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