quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Os diferentes estereótipos vampirescos no cinema

Por Jacques


Os vampiros são entidades fascinantes e misteriosas, pois simbolizam, entre muitas coisas, a vida eterna, que é um dos muitos sonhos impossíveis do ser humano.

Deve ser por isso que as diversas faces do mito do vampiro vêm sendo mostradas há décadas no cinema, cada uma delas correta à sua maneira.


O vampiro clássico, na forma do senhor do castelo (seja o Conde Drácula ou um imitação barata dele, que representa o decadente senhor feudal) obrigatoriamente usando capa e cabelo que parece ter sido colado com Super Bonder, que manipula seus hóspedes para deles se alimentar e manter-se imortal, pode ser visto em Nosferatu, de F. W. Murnau (filmagem não autorizada do livro Drácula, de Bram Stoker), nos muitos filmes protagonizados por Christopher Lee e Bela Lugosi e no Drácula de Bram Stoker, de Francis Ford Coppola.




Na exagerada década de 80, surgiu o vampiro suburbano com aparência mais normal, que se mudava para o mesmo bairro do herói adolescente, como em A Hora do Espanto, de Tom Holland e Os Garotos Perdidos, de Joel Schumacher (onde os jovens vampiros usam seus poderes para se divertirem caçando seus inimigos), que se tornou um clássico trash cult daquela década.


No divertido Vampiros, de John Carpenter, os suga-sangues são destruídos de um jeito bem inusitado: rebocados de carro para a luz do Sol; o curioso aqui é que foi criada uma origem religiosa para os vampiros, através de um exorcismo que deu errado.


Uma origem semelhante aparece no fracassado Drácula 2000, de Patrick Lussier, onde o Lorde vampiro é ninguém menos do que Judas Escariotes, condenado pelo Criador à vida eterna por ter traído seu filho.


Na trilogia Blade, os vampiros saíram da hq criada por Marv Wolfman e Gene Colan, e aparecem como ricos magnatas que se assemelham a mafiosos, e o vampirismo é explicado como sendo uma infecção viral, podendo inclusive ser revertido.


A verdade é que aqui os vampiros nada são além de presas para o bombado sonegador de impostos Wesley Snipes.



Em outra trilogia vampiresca, Anjos da Noite, os vampiros se subdividem em diferentes famílias e vivem em uma tênue paz com os lobisomens, com os quais possuem um ancestral em comum.


Nesta trilogia os vampiros se assemelharam muito aos do conhecido rpg Vampiro - A Máscara, da Editora White Wolf, o que gerou inclusive alguns processos por plágio.




[caption id="attachment_3777" align="alignright" width="225" caption=""Não olhe para mim!" Frase mais apropriada ao pessoal de Crepúsculo..."][/caption]


Na ótima adaptação do livro de Anne Rice Entrevista com o Vampiro, de Neil Jordan, o vampiro é mostrado como um andarilho sem rumo, sedutor e solitário, com saudades de sua condição humana anterior e com escrúpulos em passar sua maldição adiante ou matar humanos para se alimentar.



Já na adaptação das hqs de Steve Niles 30 Dias de Noite, de David Slade, estes escrúpulos simplesmente não existem, pois neste tenso e bem sacado filme os vampiros são mostrados como predadores, enxergando os humanos como pouco mais do que gado de duas pernas que sabe dirigir automóveis e acessar a internet.


E na “Saga” (ou seria Novela?) Crepúsculo (que, curiosamente, só agrada aos fãs) uniram a solidão vampiresca ao eterno sentimento de inadequação e chororôs adolescentes do tipo ninguém-me-entende e eu-não-tenho-lugar-no-mundo-buá!-buá! para lucrar milhões de dólares em cima de um romancezinho meia boca, que em nada soma ao mito dos vampiros.


Mito este que, não importa se for bem ou mal retratado, sobreviverá.


Uma vez que é imortal.


Assim como o próprio cinema. 

6 comentários:

  1. Bons tempos em que que os vampiros chupavam só sangue...

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  2. Vampiros são fictícios, fantasias feias ou bonitas,mas encanta pela couraça que possuem, e dura tanto.
    Gostei muito do seu post. ; )
    Abraços

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  3. SPOILER DE TBBT

    Penny: "Sheldon, o q vc tem contra Crepúsculo, afinal?"
    Sheldon: "Por onde começar... Caim deve estar se revirando em seu túmulo."

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  4. Pois é, Rafael,
    Bons tempos aqueles em que os efeitos dos filmes de terror eram muito trash e os vampiros conseguiam assustar.

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  5. Valeu, Michela,
    Os vampiros são, antes de mais nada, produto da imaginação humana, e é isso o que faz deles seres tão interessantes.

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  6. Nunca assisti TBBT, meu caro Fábio, pois, depois de assistir alguns episódios de Friends, adquiri pavor de enlatados (estes seriados com risinhos ao fundo).
    Mas, talvez, TBBT valha a pena.

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