sábado, 24 de julho de 2010

A Briga dos D&D’s



Como um rpgista fã do D&D tenho acompanhando a “briga” entre os fãs da edição passada e da atual 4ºed, mesmo dois anos após o lançamento dessa última. Após um bom tempo sem postar nada gostaria de fazer alguns comentários sobre essa briga.

Quanto aos que reclamam pelo aspecto financeiro não se tem como realmente discordar, afinal quem investiu na edição passada agora não tem muito que aproveitar desses livros com o jogo novo. Mas a realidade é essa, as empresas para se manterem no mercado precisam induzir o público a consumir, e a Wizards of the Coast chegou ao limite com a edição anterior, ela não estava mais rendendo lucro suficiente e uma nova linha de produtos teve que ser criada. O principio básico principal dessa nova linha foi ser o mais atraente possível para os jogadores, para expandir o mercado, aumentando o público e os lucros.

Agora vamos às reclamações em relação ao jogo em si, começa que a maioria das pessoas que reclamam não jogaram o D&D 4ºed, ou experimentaram poucas vezes com muita má vontade.

A acusação preferida é que virou um “videogame”, o que é um grande exagero maldoso, é verdade que os autores se inspiraram nos jogos eletrônicos, mas porque eles não deveriam? A idéia foi tornar o D&D o melhor possível, incluindo buscando inspiração em outras mídias.

Analisando muitas das reclamações que eu ouso, percebo que muitas no fundo são alimentadas por ressentimento pelo sistema ter ficado mais equilibrado, muitos se queixam que estragaram o D&D, que não se pode mais fazer essa ou aquela combinação de características, em geral combos que geravam personagens completamente desequilibrados, muito mais fortes que os outros.

Quem gosta de fantasia medieval e joga D&D sabe muito bem que os personagens de livros, quadrinhos, filmes e mesmo desenhos, realizam muitos feitos que nunca foram possíveis com as regras do jogo, mesmo quando essas obras são baseadas no próprio D&D. A 4ºed corrigiu isso em grande parte, no novo sistema muitos dos feitos estilosos que os heróis de fantasia medieval realizam são possíveis aos jogadores nas mesas de RPG.

A única reclamação com a qual eu concordo parcialmente é que o D&D 4ºed ficou muito focado no combate, mas apenas porque sinto falta das perícias Atuação, Ofícios e Profissão.

Considerando todos os fatores achei a 4ºed muito melhor que a anterior, mas não digo que seja perfeita, tanto que nos jogos que eu mestro adiciono as perícias que comentei acima.

8 comentários:

  1. Cara, eu não costumo entrar nessa discussão porque acho que isso é principalmente uma questão de gosto, e, como sabemos, gosto é como c*: Cada um tem o seu, e quando alguém mete o dedo no do outro, fede.
    A questão é que, esse post deixa de lado a questão mais importante - que nada tem à ver com sistema - que é o fato de que D&D é um jogo de heróis, e 4ª edição é um jogo de monstros que fazem pactos pra ganhar mais poder. Eu acredito que moralidade é sim importante no D&D, e que vilões são vilões, hewróis são heróis. Preto no branco. RPG, não vida real. Se eu quiser pensar como é jogar com monstros, eu vou jogar Lobisomem ou Vampiro. D&D é maniqueísta sim, no meu ponto de vista, e isso é muito bom, porque permite simplesmente ir lá e "dfestruir o mal", coisa que é impossível no cotidiano. É uma válvula de escape fantástica pras injustiças do nosso mundo "real". Mas quando os heróis são répteis-que-já-foram-gente-mas-fizeram-um-ritual-pra-ficarem-mais-poderosos ou são meio-demônios-chifrtudos-que-agora-ganharam-uma-pseudo-história-pra-não-serem-mais-só-meio-demônios ou warlocks-sedentos-por-poder-que-fazem-pactos-pra-adquirir-mais-poder, eu acredito que parte do heroísmo do jogo se perde. Na verdade, acho que todo ele se perde.
    Então, sim, eu desgosto do sistema, acho que a reformulação foi uma baita besteira da Wizards - por questões comerciais: eles mudaram o sistema pra se adequarem À mecânica dos jogos de miniatura com mais facilidade, e graças ao sistema novo, acabaram com a linha de miniaturas da empresa como era - mas não é isso que me faz escarrar no chão quando vejo gente que ficou fã do sistema; é o fato de que essas pessoas não jogavam D&D pelo heroísmo, pela possibilidade de derrotar o mal, essas pessoas só jogam porque querem um cenário em que meu personagem é "mais legal", "mais mauvado" e "mais fodão" do que o dos outros.

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  2. Na verdade o post não deixou de lado a questão moral, simplesmente porque ao contrário das regras, não houve nenhuma mudança nesse quesito em relação as edições anteriores.
    Por favor não leva a mal Domênico, mas acho que você não leu os livros da 4ªed, pois lendo eles fica bem claro que o jogo é sobre heróis que buscam combater o mal para tornar o mundo um local melhor. E não confunda as histórias antigas que só os dinossauros (como nós) sabem, com as novas:
    Os draconatos nunca foram de outra raça e também não são realmente répteis :p
    Os tieflings não tem nenhuma culpa de nascerem com a aparência que tem, e um dos motivos mais comuns de um deles se tornar um herói é se redimir pelos erros de seus antepassados. A "pseudo-história" deles é tão válida quanto a de qualquer raça do D&D em qualquer edição.
    Realmente os warlocks fazem pactos para adquirir poder, mas nem todos são com criaturas malignas. Além disso, nessa classe um dos principais temas para personagem é buscar redenção por erros passados (afinal errar é humanóide). Os warlocks malucos sedentos de poder são vilões, assim como malucos sedentos por poder (independente da classe) sempre foram vilões em D&D.
    Você deve ter dado azar com os jogadores que conhece, já no meu caso o que tenho visto é que os jogadores motivados pela idéia de ter um personagem "mais legal, mais malvado e mais fodão que os outros" continuaram no D&D 3.x, inclussive como eu comentei no post, uma reclamação comum desse pessoal em relação à 4ªed é justamente não conseguir apelar para ficar com um personagem muito mais fodão que os outros do grupo.

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  3. Acho que o Fábio disse tudo no 2º parágrafo do texto. A Wizards tinha um bom mercado de minis e tentou juntar um com o outro. Eles precisavam de atrativos, pois luzes piscando em uma tela chamam mais atenção que a imaginação de muita gente. É mais fácil jogar videogame que reunir um grupo de RPG, montar personagem e jogar.

    Concordo com o Domênico no que diz que D&D é jogo para combate, sem muita intrepratação. Cada sistema se foca no que tem de melhor, obviamente.

    Como o Fábio disse, o D&D3.x dava muita margem pra "combos". Acabava que todo bárbaro começava como paladino, era meio-orc, subia um nível de ladino... e virava uma aberração!

    Cheguei a chamar a 4ªed de videogame, mas não tinha pensado no propósito desse sistema: combate. E para isso ele é muito bom!

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  4. Fabio:
    Sim sim, eu líu o livro do jogador da 4ª edição. Por isso eu mencionei que os Tieflings não eram mais só meio-demônios. Mas, na boa, eles são... Simplesmente "apagar" tudo o que veio antes funciona muito, muito mal. Tieflings são meio-demônios, e são monstros. E draconianos também. E jogar com monstros não é lá muito heróico - vide World of Darkness. Pode parecer muito bonito eles parecerem heróis em busca de redenção, mas eles contuinuam usando lâminas cheias de pontas salientes bem sádicas, ou então machados do tamanho da espada do carinha do Final Fantasy.
    Eles são monstros.
    Monstros com personalidade humana, alias, o que faz tanto sentido quanto um Alien comendo x-burger - porque no final, todsos os jogadores pegam eles pelas questões mecânicas mais do que tudo, mas interpretam como se fossem humanos-com-uma-carinha-diferente.
    Mas ok. Eu curto paladinos. Ou clérigos. Sou um sujeito que curte heroísmo, e isso provavelmente me torna uma excessão entre os jogadores de D&D - qualquer edição, atualmente...

    Rafael:
    Bom sistema de combate? Tipo estar amarrado e amordaçado, sem armadura, e ainda precisar de mei duzia de caras me furando com espadas pra que eu morra? Ou ser necessãrio um excercito inteiro de "combatentes comuns" pra derrubar um guerreiro de nível alto? ou um bárbaro de 6º nível pulando do alto da torre de 60 metros e chegando vivo no chão - não só vivo, mas pronto pra surrar quem estiver ao redor? Malz, mas eu acho o sistema de D&D uma bosta, principalmente pra combate. Todos eles. Sempre achei. Ele não faz sentido algum. O sistema de pontos de vida não funciona de uma maneira decente - claro, é a medida de heroísmo de um personagem. Não são seus pontos de "vida", mas sua "capacidade de continuar lutando". Uhum. Boa! Porque heróis nunca se machucam, certo? Tá. Ok.
    Alias, o que vocês acham de a gente tomar um café e conversar sobre isso ao vivo? Detesto boas discussões sendo gastas na internet...
    (alias, e aquele churrasco?!?)

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  5. Alguns pontos:
    Não existem draconianos para jogar na 4ªed, draconianos são monstros criados pela Tiamat.
    Os draconatos por outro lado sempre foram para jogadores, na edição anterior eles eram servos do deus benigno Bahamut, independente da classe eram todos praticamente uns paladinos. Na 4ªed eles são de um povo nobre e honrado.
    Os tieflings nunca foram meio-demônios, mesmo na edição anterior eles já eram apenas descendentes de meio-demônios. Na atual são descendentes de pessoas que fizeram um pacto muitos séculos atrás.
    Ainda não vi nenhum jogador ou npc benigno usar uma das lâminas cheias de pontas.
    Não tem machados gigantes nas listas de equipamento do D&D 4ªed.
    Paladinos ok, mas clérigo nunca foi automaticamente sinal de bondade e heroismo. Pensa bem que você vai lembrar de muitos vilões na fantasia medieval que eram clérigos.

    E Rafael, o Domênico tá certo sobre o churrasco.

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  6. Caraca... vcs são muito sem noção, vir discutir esse tipo de coisa aqui kkkk
    Mas sou a favor de fazermos um churrasco e conversarmos a respeito nele... pelo menos assim posso xingar sem me preocupar :P

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  7. Foi o que eu disse: Esse tipo de conversa é boa pra ter ao vivo, de preferência acompanhado de um pouco de carne mal-passada - do cara com quem a gente tava discutindo agora à pouco!
    Tá, vamu combiná esse churrasco decentemente ou não?!?

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