quinta-feira, 10 de junho de 2010

Os super veículos da década de 80

Por Jacques


Além dos brinquedos divertidos, roupas ridículas, heróis de desenho animado certinhos (sem o retardamento do “Tem que ter final!” de hoje em dia) e medo de guerra nuclear, a década de 80 ficou conhecida pelos seus exageros ficcionais, e, entre estes, destacaram-se as séries de tv onde o astro era um veículo tecnologicamente turbinado.


Via de regra, as séries naquele tempo sempre começavam com um episódio piloto longa metragem, onde eram explicadas a origem da série e as motivações que levavam os personagens a fazerem os absurdos que faziam.


E o piloto do veículo em questão era quase sempre um cara simpático e intelectualmente pouco invejável (para poder agradar simultaneamente o público masculino, que se imaginava no lugar dele, e o público feminino, que se imaginava com ele), que tinha um amigo nerd que tinha a função de explicar ao público como o veículo funcionava e consertar o dito cujo quando este era danificado por alguma peripécia divertida/idiota do bonitão, que, em algum momento da série, tinha sua vida salva pelo amigo nerd.


Acredito que o super veículo mais famoso daquela época (além dos que o Automan usava) tenha sido A Super Máquina (Knight Rider, criada por Glen A. Larson e pilotada por Michael Knight (David Hasselhof)), um carro esporte preto praticamente indestrutível equipado com inteligência artificial chamado K.I.T.T. (Knight Industries Two Thousand), que podia até falar com seu piloto.


Em 2008 essa série foi refeita como A Nova Super Máquina (mas bem que podia se chamar “Glen A. Larson descobre a computação gráfica”, com Justin Bruening vivendo Mike Tracer, filho de Michael Knight (imaginação criativa assim só na Zorra Total).


Essa nova série passou por aqui nas tardes da tv Record, o que já diz tudo...


Outro veículo que combateu o crime naqueles dias foi a Moto Laser (Street Hawk), pilotada por Jesse Mach (Rex Smith) e equipada com canhão laser, lança-foguetes e rastreamento por computador, avançadíssimo para a época.


O que marcou esse curto seriado (apenas 13 episódios) foram o beco de onde a Moto Laser saía para suas missões, que devia ser o beco mais deserto da história da tv, pois NUNCA tinha ninguém passando por ali, e o péssimo hábito que a moto possuía de superaquecer nas horas mais inapropriadas.




[caption id="attachment_3851" align="alignleft" width="137" caption="Trovão Azul"][/caption]

No elemento Ar surgiu o Trovão Azul (Blue Thunder), que patrulhava os céus de Los Angeles e era pilotado por Frank Chaney (James Farentino) e Clinton “Cérebro” Wonderlove (Dana Carvey, de Quanto Mais Idiota Melhor) e equipado com escuta eletrônica, modo silencioso, metralhadora giratória frontal, chamarizes e todo tipo de parafernália eletrônica para impressionar os espectadores.


E parece que isso de nada adiantou, pois a série durou apenas 11 episódios, provavelmente devido ao sucesso de seu primo-irmão neotênico (ver post “Arredondado mundo humano”), Águia de Fogo (Air Wolf), que era pilotado por Stringfellow Hawk (Jan-Michael Vincent) e Dominic Santini (o veterano ator Ernest Borgnine), e ficava escondido em uma formação rochosa no deserto (semelhante àquela que ficou famosa no filme Contatos Imediatos de Terceiro Grau, de Steven Spielberg) e só saía de lá (para desespero e tédio inenarrável dos espectadores) no final do episódio, para explodir algum traficante de drogas falastrão ou algum piloto renegado psicopata.




[caption id="attachment_3855" align="alignright" width="200" caption="Águia de Fogo"][/caption]

Além de proporcionarem diversão inconsequente (o batido clichê do “justiceiro solitário”) e vender suas versões em brinquedo (seja no modo normal ou na versão “bate-volta-e-vira-robô”), estas séries tentaram mostrar ao público médio norte-americano que os ex-combatentes (neste caso, os pilotos dos veículos) que levaram um sarrafo no Vietnam não tiveram culpa disso e não havia necessidade de tratá-los como párias.


E forneceram muita diversão para inúmeras crianças e adolescentes, na época em que o chroma key representava o auge dos efeitos especiais (que era o que menos importavam).


Bem diferente de hoje em dia, onde as séries enrolam o espectador por anos, sem chegar a lugar algum.

4 comentários:

  1. [...] que o Jacques escreveu sobre as maravilhosas máquinas dos filmes e seriados dos anos 80 (Os super-veículos da década de 80), fiquei pensando sobre outros veículos que chamam bastante atenção em outros [...]

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  2. como adquirir esta series A SUPER MAQUINA da decada de 80?

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  3. No Submarino tem um box com 8 DVD da primeira temporada da série.

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  4. [...] na de 70 o super policial durão que atuava acima da lei e na de 80, além dos megaturbinados super veículos, tivemos o herói bonzinho que tinha “habilidades incomuns”, por assim [...]

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