segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Frankenstein e a revolução industrial

Por Rafael


FrankensteinO livro Frankenstein: ou o Moderno Prometeu, foi escrito pela britânica Mary Shelley em 1817, aos seus 19 anos. Mary Wollstonecraft (nome de solteira, antes de casar com Percy Shelley), Percy Shelley, Lord Byron e John Polidori criaram um desafio onde cada um deveria inventar uma história de terror. Da brincadeira surgiu o Frankenstein de Mary; Polidori inventou um vampiro que depois inspirou Lord Byron a escrever The Vampire, que inspirou Bram Stoker a escrever Dracula.


Frankenstein, na verdade, não é o nome da criatura, mas sim do criador. Na história, ele é chamado de adjetivos como "mostro" ou "criatura". A história é cheia de referências e são fortes as influências que levaram a jovem escritora a desenvolvê-la.


Segundo a mitologia grega, Prometeu roubou o segredo do fogo dos deuses para dar aos recém criados homens e, por isso, foi severamente castigado por Zeus. Isso traça um paralelo à história de Victor Frankenstein, deixando claro que a manipulação da vida é algo divino.


Porém, a referência mais clara que a história transmite vem das feridas deixadas pela revolução francesa e pelas guerras napoleônicas por todo o velho mundo. A revolução burguesa, a revolução industrial e a tecnologia davam margens a pensamentos impuros sobre forças terríveis e anti-naturais que estavam sendo liberadas.


Numa sociedade tapada pelos dogmas religiosos, a revolução industrial, assim como  o Dr. Frankenstein, era a ciência desafiando a ordem natural. O monstro representava o produto da revolução industrial: o proletariado, feito de restos humanos de um mundo em decomposição. Era a personificação do capitalismo e seu algoz.

9 comentários:

  1. O tema de vocês tiltou geral ou é só comigo?

    Eu sou fascinada pelo Frankenstein. Não concordo muito com a leitura de que o monstro represente a revolução industrial (leitura esta que é tão dominante atualmente, que acaba sendo usada no resumo da obra na wikipedia). Muito mais coerente o monstro ser uma reação à ciência da época, que aparentava ser capaz de tudo. Do século 19 até 1930, era comum os jornais apresentarem manchetes sobre cientistas malucos, raios da morte e coisas do gênero (A cultura popular sai de algum lugar, afinal). Horror é feito de exagero frente a um medo comum, afinal.

    E a autora tinha 18 anos quando escreveu o livro... Acho que esse fato não precisa de comentários, certo?

    ResponderExcluir
  2. Eu tinha combinado com o Ícaro de não responder aos comentários, mas achava que as pessoas contestariam o conteúdo e não a fonte. Não tirei essa idéia do "resumo da Wikipedia"... me senti a mosca do coco do cavalo do bandido... Além do mais, essa idéia não é tão nova assim. Odeio a Wikipédia e a proposta desse blog não é essa.
    Tomei contato com ela pela primeira vez no livro do professor de Economia Política, o portoalegrense Francisco de Oliveira e nas obras do sociólogo português Boaventura de Souza Santos.
    Se leres o texto até o fim, e se entenderes que a ciência e a revolução industrial estão intrinsecamente ligadas (não há como negar), verás que o que falas é o mesmo que eu: a revolução industrial, toda sua nova e fantástica ciência e o capitalismo trouxeram o medo. O terror, como disseste, sai do medo comum. Não entendi a crítica, já que dizes o mesmo que escrevi.

    Não conheço a vida e obra de Mary Shelley, mas, segundo as fontes que pesquisei, ela nasceu em 1797 (FONTE: http://www.infoescola.com/escritores/mary-shelley/ e http://people.brandeis.edu/~teuber/shelleybio.html) e escreveu o livro em 1816, conforme introdução escrita por ela na edição de 1831 (mesmas fontes supracitadas). Por isso deduzi seus 19 anos.

    ResponderExcluir
  3. Imaginem uma sociedade regrada por dogmas da Igreja que, subtamente, abre as portas do desconhecido, da ciência, dos "raios da morte", das máquinas... era de contestação a tudo que antes era chamado "divino". A ciência trouxe mais dúvidas que respostas naquela época e a dúvida gera o medo. Frankeinstein, na minha ótica, é a personificação do medo de "até onde o homem pode ir com a ciência".

    ResponderExcluir
  4. Peço desculpas pela forma que havia respondido ao comentário. Odeio, de verdade, a Wikipedia e não esperava que contestassem a fonte dos nossos textos, apenas a idéia. Não estou num bom momento e fui rude ao responder. Desculpe-me.

    ResponderExcluir
  5. Imagina, o meu comentário ficou meio dúbio mesmo. :)

    Eu estava falando do ponto de vista literário mesmo, em especial da literatura de gênero e da literatura pulp. Sou uma daquelas pessoas que fica reclamando pelos cantos que os trabalhos acadêmicos sobre marcos da literatura de gênero sempre desconsideram a obra como ficção de gênero, acho que o meu comentário tinha deixado escapar um pouco dessa ideia.

    De qualquer maneira, estamos falando da mesma coisa, sim ^__^

    ResponderExcluir
  6. Rafael, tudo bem que a Wikipedia é uma fonte nada confiavel, mas ela até que quebra um galho de vez em quando. hehehehehehhehe
    A história do livro é bem legal e só comentario, não estou dizendo que é o caso aqui, mas muitas vezes para o autor a obra tem muito menos significados, do que os especialistas acreditam que foram colocados no livro propositalmente.

    ResponderExcluir
  7. Acho o livro fraquíssimo.
    E para completar, todos os personagens tem a mesma voz e personalidade.

    ResponderExcluir
  8. FRANKSTEIN? BURGUESIA? CAPITALISMO???

    HAHAHAHHA! FUMOU O QUÊ? EU TAMBÉM QUERO!!!

    ResponderExcluir
  9. Acho uma graça nesse tipo de comentário...

    ResponderExcluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...