quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Adão, Eva, Nietzsche e a Ciência. Onde está o erro?

Por Rafael


Assisti à série da O2 Filmes, Som e Fúria, transmitida pela Rede Globo e, no primeiro episódio, já acontece uma cena que vimos diariamente: durante o velório da personagem vivida por Pedro Paulo Rangel, um "pastor" (denominado assim na série) diz algo como "aquele homem que se deitar com outro homem como se fosse uma mulher, irá direto pro inferno, pois está escrito na Bíblia".


Muitos "pastores" se utilizam da expressão "está escrito na Bíblia" para justificar qualquer absurdo.  Isso ocorre por dois motivos: poucos lêem a Bíblia e, dos que lêem, poucos entendem, devido à forma de escrita em parábolas.


Um exemplo disso é a maçã que Eva dá para Adão, que comeu e foi expulso do Paraíso. Todo mundo já ouviu isso, mas espera um pouco... Que maçã? Na Bíblia não fala que era uma maçã. Ah! O fruto do pecado... foi ele que mandou o adão pra fora... Mas que pecado? No texto diz que ele experimentou o fruto da árvore do conhecimento. Seria ele a ciência?


Essa é a visão de Nietzsche: a ciência, proibida em si. Em sua ótica, Deus (ou quem escreveu a Bíblia, afinal, baseia-se no texto dela)  se defende da ciência em duas ocasiões: expulsando o homem do Paraíso e derrubando a "torre do conhecimento", gerando a guerra entre os povos.


Uma coisa é certa, quem não indaga, quem não instiga, quem não pesquisa, acaba acreditando naquele que gritar mais alto. Hoje se percebe, e muito, a manipulação das massas na base do grito, sem precisar fundamentar nada que se diz. Mas, como já dizia o bom velinho, a dúvida é o primeiro passo para o conhecimento.

6 comentários:

  1. Manhã. Cedinho. Primeira leitura do dia. Vou passar um excelente dia hoje!
    Excelente texto! Eu que já lí a Biblia uma vez - quase toda - nunca me dei conta dessa parte sobre não haver uma descrição sobre que fruta seria. É como a nossa visão atual de Jesus Cristo: longos cabelos claros, olhos azuis e barba. Nada mais errôneo, mas muito melhor do que uma aparência mais óbvia, de tez curtida do sol e cabelos e olhos negros. Bem diferente da aristocracia da europa medieval.

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  2. Tipo... Wesley Snipes?

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  3. Legal saber que esse texto serviu pra começar bem tua manhã, meu amigo Domênico. Eu sempre critico fortemente quem não critica. Não no sentido estrito da palavra, não crítica pela crítica, sem fundamento, mas a indagação, o querer saber mais, ao invés de aceitar tudo, sem se importar a fonte.

    ...

    É Fábio... Jesus era igual ao Wesley. Inclusive, quase que foi ele quem fez aquele filme do Mel Gibson... só que acharam ruim sua intepretação... aí já viu: perdeu o papel pro cabeludo.

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  4. Legal Fábio. Realmente a Bíblia tem sido interpretada por muitos aproveitadores. Alguns até com boas intenções, mas sempre para pensando em defender suas próprias idéias.

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  5. [...] Toda essa introdução escrevi para fazer ligação a uma interessante frase escrita na fachada da Igreja Universal do Reino de Deus daqui de Pelotas: “Aqui invoca-se o deus vivo”. Percebe-se nitidamente o poder que tem um pastor perante seu rebanho. As próprias palavras “pastor” e “rebanho” já remetem a julgo e submissão.  A fé cega se submete à regra de “quem gritar mais alto leva”. [...]

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  6. [...] para vender seu pseudo conhecimento ou informação. Tal como Ododrico Paraguassú, como escrevi nesse outro post, quem grita mais alto ganha atenção. Também discuti fatos com um “estudante” de [...]

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