sábado, 19 de fevereiro de 2011

Al Pacino – Ator fenomenal e cínico profissional

Por Jacques


Alfredo James Pacino é aquele ator americano que pensa que é italiano que é utilizado para dar vida a personagens italianos que pensam que são americanos.


Al Pacino é uma espécie de José Wilker estadunidense, pois se especializou em representar personagens cínicos, debochados e sem papas na língua; o que certamente o ajudou a atingir um nível de atuação poucas vezes conseguido pelos profissionais do cinema.






Na ativa desde o final da década de 60, Al Pacino interpretou muitos personagens de forte apelo dramático (mas sem exageros), e, com o personagem Michael Corleone, sucessor do icônico Don Vito Corleone de Marlon Brando na inesquecível trilogia O Poderoso Chefão, de Francis Ford Coppola, ele mostrou a que veio, criando um mafioso frio e inescrupuloso.


Sob o comando de Sidney Lumet, Pacino deu vida a um atormentado policial que só tentava permanecer honesto (e vivo) ao trabalhar em meio a companheiros de profissão corruptos, em Serpico, e em Um Dia de Cão, viveu um problemático e desesperado assaltante de bancos.



Outro personagem que marcou Pacino o pavio curto Tony Montana, um Zé Ninguém que deixou Cuba (por discordar do regime político e estar cheio de comer polvo três vezes ao dia) para tornar-se um respeitável traficante de droga nos States, em Scarface, de Brian de Palma (onde podem ser vistas uma Michelle Pfeiffer e uma Mary Elizabeth Mastrantonio irreconhecíveis), célebre regravação do clássico dirigido por Howard Hawks em 1932.


A linguagem vulgar de Tony (proporcionada pelo roteiro de Oliver Stone) só aumentou a força de sua atuação, em um filme inesquecível também por seu final antológico, imitado à exaustão até hoje.




[caption id="attachment_3697" align="alignright" width="270" caption="Mais clássica do que esta cena, só o cowboy cavalgando ao final do filme"][/caption]

Na regravação Perfume de Mulher, de Martin Brest (do original Profumo di Donna, de Dino Risi), Pacino vive um incrivelmente carismático e irritante coronel aposentado que tenta ensinar ao seu contrariado acompanhante, vivido por Chris O’ Donnell, que o certo nem sempre é fácil de fazer.


Em O Advogado do Diabo, de Taylor Hackford, Pacino interpreta o Coisa Ruim em pessoa, atormentando o (ainda) escrupuloso advogado vivido por Keanu Reeves, tentando convencê-lo de que Deus é nada mais é do que um grandessíssimo hipócrita no seu modo de conduzir os mortais na frase ”Olhe, mas não toque; toque, mas não prove; prove, mas não engula”.


A atmosfera intrincada das maracutaias, esquemas, falcatruas, migués, golpes, 171s e enjambrações do dia a dia dos jogadores profissionais de futebol americano são mostradas no movimentado Um Domingo Qualquer, de Oliver Stone, onde Pacino é um treinador pra lá de safado.



Estes foram apenas alguns dos muitos filmes em que Pacino atuou e tomou conta do show.


Se ele quiser continuar atuando até a idade em que a única coisa em que o mantiver em pé será sua roupa, sem problemas.


Ainda assim ele colocará muitos atores mais jovens no chinelo.

3 comentários:

  1. um dos meus atores favoritos! gosto muito da trilogia "poderoso chefão" (especialmente da parte2- aquela cena em Cuba que ele descobre a identidade do traidor, a expressão no rosto dele, é muito incrível). mas a atuação dele em perfume de mulher é aquele tipo de trabalho que faz com que um personagem seja visto como uma fonte da natureza...
    um abraço!

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  2. Concordo, meu caro.
    Pacino é aquee tipo de ator que consegue deixar grande um papel menor.
    O que é praticamente impossível para a maioria dos atores.
    Até mais.

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  3. [...] instrumental, pois “fica mais bonito”, já que eles não entenederiam a letra mesmo. Al Pacino é um grande ator. Interpretar um cego não deve ser nada fácil. A cena do tango é bem marcante, [...]

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