Por Jacques
Alfredo James Pacino é aquele ator americano que pensa que é italiano que é utilizado para dar vida a personagens italianos que pensam que são americanos.
Al Pacino é uma espécie de José Wilker estadunidense, pois se especializou em representar personagens cínicos, debochados e sem papas na língua; o que certamente o ajudou a atingir um nível de atuação poucas vezes conseguido pelos profissionais do cinema.
Na ativa desde o final da década de 60, Al Pacino interpretou muitos personagens de forte apelo dramático (mas sem exageros), e, com o personagem Michael Corleone, sucessor do icônico Don Vito Corleone de Marlon Brando na inesquecível trilogia O Poderoso Chefão, de Francis Ford Coppola, ele mostrou a que veio, criando um mafioso frio e inescrupuloso.
Sob o comando de Sidney Lumet, Pacino deu vida a um atormentado policial que só tentava permanecer honesto (e vivo) ao trabalhar em meio a companheiros de profissão corruptos, em Serpico, e em Um Dia de Cão, viveu um problemático e desesperado assaltante de bancos.
Outro personagem que marcou Pacino o pavio curto Tony Montana, um Zé Ninguém que deixou Cuba (por discordar do regime político e estar cheio de comer polvo três vezes ao dia) para tornar-se um respeitável traficante de droga nos States, em Scarface, de Brian de Palma (onde podem ser vistas uma Michelle Pfeiffer e uma Mary Elizabeth Mastrantonio irreconhecíveis), célebre regravação do clássico dirigido por Howard Hawks em 1932.
A linguagem vulgar de Tony (proporcionada pelo roteiro de Oliver Stone) só aumentou a força de sua atuação, em um filme inesquecível também por seu final antológico, imitado à exaustão até hoje.
[caption id="attachment_3697" align="alignright" width="270" caption="Mais clássica do que esta cena, só o cowboy cavalgando ao final do filme"][/caption]
Na regravação Perfume de Mulher, de Martin Brest (do original Profumo di Donna, de Dino Risi), Pacino vive um incrivelmente carismático e irritante coronel aposentado que tenta ensinar ao seu contrariado acompanhante, vivido por Chris O’ Donnell, que o certo nem sempre é fácil de fazer.
Em O Advogado do Diabo, de Taylor Hackford, Pacino interpreta o Coisa Ruim em pessoa, atormentando o (ainda) escrupuloso advogado vivido por Keanu Reeves, tentando convencê-lo de que Deus é nada mais é do que um grandessíssimo hipócrita no seu modo de conduzir os mortais na frase ”Olhe, mas não toque; toque, mas não prove; prove, mas não engula”.
A atmosfera intrincada das maracutaias, esquemas, falcatruas, migués, golpes, 171s e enjambrações do dia a dia dos jogadores profissionais de futebol americano são mostradas no movimentado Um Domingo Qualquer, de Oliver Stone, onde Pacino é um treinador pra lá de safado.
Estes foram apenas alguns dos muitos filmes em que Pacino atuou e tomou conta do show.
Se ele quiser continuar atuando até a idade em que a única coisa em que o mantiver em pé será sua roupa, sem problemas.
Ainda assim ele colocará muitos atores mais jovens no chinelo.
um dos meus atores favoritos! gosto muito da trilogia "poderoso chefão" (especialmente da parte2- aquela cena em Cuba que ele descobre a identidade do traidor, a expressão no rosto dele, é muito incrível). mas a atuação dele em perfume de mulher é aquele tipo de trabalho que faz com que um personagem seja visto como uma fonte da natureza...
ResponderExcluirum abraço!
Concordo, meu caro.
ResponderExcluirPacino é aquee tipo de ator que consegue deixar grande um papel menor.
O que é praticamente impossível para a maioria dos atores.
Até mais.
[...] instrumental, pois “fica mais bonito”, já que eles não entenederiam a letra mesmo. Al Pacino é um grande ator. Interpretar um cego não deve ser nada fácil. A cena do tango é bem marcante, [...]
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